Protocolos atuais de combate à obesidade podem estar errados, segundo relatório divulgado na Inglaterra

Uma grande revisão das diretrizes oficiais sobre alimentação atualmente recomendadas, realizada pelo National Obesity Forum (NOF) e pela Public Health Collaboration, diz que a mensagem de consumo com baixo teor de gordura nas dietas, que tem sido a política oficial de recomendações dietéticas no Reino Unido desde 1983, foi baseada em “ciência imperfeita” e resultou em um aumento do consumo de junk foods e de carboidratos.

A ciência precisa repensar as orientações do The Eatwell Guide, segundo os autores do relatório do NOF. Faz-se necessário um retorno aos “alimentos naturais”, tais como carnes, peixes e produtos lácteos integrais, bem como alimentos saudáveis com alto teor de gordura como abacates, por exemplo. É importante mudar a mensagem ao público para reverter a obesidade e o diabetes tipo 2, a nova mensagem deve ser voltada a “não termos medo de comer gordura.

O relatório, que provocou uma ampla reação entre a comunidade científica, também argumenta que a gordura saturada não causa doença cardíaca, enquanto produtos lácteos integrais como leite, iogurte e queijo podem realmente proteger o coração.

Segundo os autores, a prova das falhas das atuais recomendações está nos alarmantes níveis de obesidadediabetes nunca antes vistos. Alimentos processados rotulados como “baixo teor de gordura“, “light“, “baixo colesteroldevem ser evitados a todo o custo e as pessoas com diabetes tipo 2 devem comer uma dieta rica em gordura, ao invés de uma dieta baseada em carboidratos, segundo o relatório.

Outros pontos relatados no relatório do NOF são que os lanches entre as refeições são uma das principais causas de obesidade atualmente e que a adição de açúcar deve ser evitada por não ter nenhum valor nutritivo. A contagem de calorias também é prejudicial quando se trata de controlar a obesidade, pois as calorias provenientes de diferentes alimentos têm “efeitos metabólicos completamente diferentes sobre o corpo humano, tornando essa definição inútil”. Da mesma forma, os autores afirmam ser incorreto pensar que a solução para a obesidade é queimar mais calorias do que as que são consumidas. Eles alegam que a obesidade é um distúrbio hormonal que leva à compartimentalização anormal de energia e que não pode ser resolvida apenas aumentando-se a quantidade de exercício realizada.

Principais conclusões do relatório do National Obesity Forum (NOF):

  • Comer gordura não torna você gordo.
  • Evidências de vários ensaios revelam que uma dieta com maior teor de gordura e baixo teor de carboidrato é superior a uma dieta com poucas gorduras para a perda de peso e redução do risco cardiovascular.
  • Pare de contar calorias. Calorias de alimentos diferentes têm diferentes efeitos metabólicos no corpo, por isso, a contagem de calorias não faz sentido.
  • Você não pode neutralizar os efeitos de uma má alimentação.
  • A obesidade é um distúrbio hormonal que leva a compartimentalização de energia anormal, que não pode ser apenas resolvida aumentando a quantidade de exercícios realizada.
  • As gorduras saturadas não causam doenças cardíacas e produtos lácteos em suas versões integrais podem até mesmo proteger o coração.
  • Evite a todo o custo alimentos processados rotulados como de “baixo teor de gordura“, “light”, “baixo colesterol” ou “redutores de colesterol“.
  • Nenhuma evidência atual demonstra que a redução de gordura saturada na dieta reduz também eventos cardiovasculares e morte.
  • Lanches entre as refeições fazem você engordar.
  • O aumento da frequência das refeições desempenha igual, se não maior, papel na obesidade e isso tem sido largamente ignorado.

Fontes: National Obesity Forum (NOF) e news.med.br

Relatório do NOF aqui

Os comentários estão encerrados.