O indivíduo com compulsão alimentar come uma quantidade de alimentos maior do que a que lhe é necessária e “belisca” com frequência, mesmo quando não está com fome, ou se sente desconfortável e culpado por comer exageradamente. A pessoa que tem episódios de compulsão alimentar não necessariamente está com muita fome ou está há muito tempo sem comer, mas não consegue controlar a tendência de comer.
Este transtorno pode ser encontrado em todas as idades, classes sociais e em ambos os sexos. A quarta edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico (DSM-IV) trata a compulsão alimentar como transtorno, não como doença. Alguns autores consideram que a compulsão alimentar é um componente da bulimia, mas outros acentuam uma diferença significativa: na bulimia, após a ingestão exagerada de alimentos, o sujeito procura compensar a quantidade ingerida e perder peso; na compulsão alimentar isso não acontece. Ao contrário dos indivíduos com bulimia, os compulsivos não procuram vomitar depois de comer exageradamente ou fazer exercícios para queimar as calorias que ingeriram em excesso e não têm, como os bulímicos, grandes variações de peso. Eles frequentemente engordam e permanecem com peso acima do normal.
Quais são as causas da compulsão alimentar?
A compulsão alimentar não tem uma causa específica reconhecida. Sabe-se que o mecanismo de saciedade é regulado pelo hipotálamo e imagina-se que possivelmente haja um transtorno nesse mecanismo. Em geral, compulsão alimentar está associada a sentimentos de ansiedade e depressão, mas pode também acontecer nos indivíduos bipolares e naqueles com transtornos da personalidade que apresentam comportamentos de excesso em outras áreas, como beber, fumar, jogar, comprar, usar drogas, etc.
Não se pode deixar de ter em conta que a relação que estabelecemos com a alimentação ao longo da vida depende de fatores genéticos, sociais, educacionais e culturais. Assim, as causas do Transtorno de Compulsão Alimentar parecem ser multifatoriais.
Quais são os sinais e sintomas da compulsão alimentar?
A compulsão alimentar é uma situação em que a pessoa experimenta uma irresistível tendência de comer, mesmo não estando com fome ou experimentando mal-estar ou sentindo vergonha e culpa por essa conduta. Esse transtorno pode manifestar-se de forma contínua ou ter períodos de exacerbação cíclica. Algumas características que acompanham o transtorno são:
Como o médico diagnostica a compulsão alimentar?
O diagnóstico deve ser feito por meio de uma história clínica que tenha especial atenção para com as características dos sintomas. Geralmente o próprio paciente se queixa de uma invencível compulsão a comer, mesmo não estando com fome e se angustiando com isso. O transtorno pode apresentar-se de maneira continuada, mas geralmente mostra períodos de maior ou menor intensidade. O transtorno deve ser diferenciado de outros distúrbios alimentares parecidos, como a bulimia, o que se pode fazer observando as características especiais da doença.
Como o médico trata a compulsão alimentar?
Não há um tratamento específico para esse transtorno. Como frequentemente ele está associado a problemas psíquicos ( ansiedade, depressão, bipolaridade, etc), o tratamento psicológico/psiquiátrico é indicado (tranquilizantes, antidepressivos, controladores do humor, aconselhamento e terapia familiar, grupos de apoio, terapia de grupo, aconselhamento alimentar). Os tratamentos medicamentosos apregoados como “específicos” quase sempre são ineficazes. Eventuais complicações (excesso de peso, pressão alta, etc) devem ser tratadas com os meios específicos.
Como prevenir a compulsão alimentar?
Se não for possível evitar a compulsão alimentar, procure pelo menos torná-la “mais saudável”: